terça-feira, 4 de dezembro de 2007

No bolso de uma calça escrito no papel de cigarro

Que jogo de xadrez é esse? Você abre com um pião de quatro rei e eu te dou uma torre e uma dama decretando que eu quero que você ganhe, ganhe mas nunca me perca... Pois planejei o futuro, nos vi dentro de uma casa, eu aprendendo a fazer massas com um livro de receitas que comprei, você chegando do trabalho e eu escritor vaga-bundo com a louça para lavar...
Mas você me disse que eu não pertenço mais a você. Naquele dia que eu peguei uma BR para te encontrar em um sábado a noite ficou na memória...
Você moveu suas pedras neste jogo, e eu perdi, movendo as minhas de forma errada, agora é você com um rei erguido, de bispos e cavalos intocados...
Enquanto meu rei é um pobre embriagado caído em uma casa preta, meus bispos são loucos, vinhos e vinhos, esqueceram que andam pela diagonal, minha dama é qualquer prostituta...
Fico eu e meu cigarro, uma brasa que se apaga, como apagou nossos sorrisos e as ruas que caminhávamos juntos.
Poesias e poetas, me ensinaram a amar e não me disseram a verdade...
Você diz que acabou, fria como que ganha uma partida de xadrez. Eu prefiro dizer que te amo como um louco que canta para o amor.