segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Recortes da memória

Há tempos não te faço uma declaração. Te deixando dançar sozinha pela noite sem mim. Não elogiei quando você cortou os cabelos, te deixei esperando no sofá da sala até você cair no sono, parecendo que não te amo. Mas não se confunda, eu sou apenas isso aí, às vezes acerto, te encontro te canto e tomamos um café para dois no aurora, aquele café que eu coloco pouco açúcar para sentir o amargo e acender o cigarro enquanto vou mexendo o seu açúcar com a colher de chá. Mas às vezes sem aviso desapareço na noite quase escura de lua quase cheia, uma dose, um pileque, outra ressaca. (De manhã quero tuas caricias para cuidar de mim). Sei que não é assim, quando te faço chorar, não te ligo, nem te digo por onde estou, você quase sempre tem razão de reclamar de eu só lhe procurar quando as estrelas voltam a se esconder, sei que minha amante é a noite e ando cansado de suas caricias frias em mesas de bares, queria te fazer uma promessa, mas não devo arriscar, vou apenas tentar cair no seus braços antes das cinco da tarde, para quando a noite chegar e nos ver amando, se enlouqueça de ciúmes e nunca mais venha me procurar.

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